Celebremos e renovemos nosso ardor missionário!
Congresso Missionário OFM da América Latina
San Antonio de Arredondo – 14 a 19 de abril de 2008 – Córdoba - Argentina
Vindos de todas as Entidades OFM da América Latina e do Caribe, 130 frades, 29 leigos e leigas, 5 Irmãs franciscanas estivemos reunidos em San Antonio de Arredondo, Córdoba, Argentina, para um Congresso Missionário, o primeiro dedicado à evangelização e missão. Contamos com a presença e a palavra do Ministro Geral Frei José Carballo. Promovido pela UCLAF e pela Secretaria Geral para a Evangelização da Ordem, com o apoio solidário da Missionszentrale der Franziskaner (MZF), o Congresso exprimiu o momento forte do caminho já iniciado nas Províncias e nas Conferências. Celebrando a graça de nossas origens, perguntamo-nos acerca do significado evangelizador e missionário de nossas presenças no contexto em que vivemos. Colocamo-nos em sintonia com as Conferências do CELAM, em especial, de Aparecida, com o COMLA 8/CAM 3, a ser realizado no mês de agosto do corrente ano, em Quito, com O Evangelho nos desafia, documento do Conselho Plenário da Ordem na Bahia, Brasil, nos seus 25 anos, com a caminhada da Ordem na celebração da graça das origens (2008-2009).
Urgência e audácia! É o que requerem de nós, hoje, o carisma fundacional e o momento atual. Enraizados em Francisco de Assis e impulsionados pela missão de evangelizar, que Jesus Cristo nos confia, sentimo-nos convocados a repensar a nossa presença, estimulados por desafios novos provocados pela realidade sócio-cultural e eclesial. Urge renovar a nossa opção vocacional, em comunhão com a Igreja que, na América Latina, nos convida a um novo ardor missionário. Isso nos desafia à conversão, à revisão do nosso lugar e do nosso modo de ser, atentos às interpelações de Deus. Assim, urgência e audácia nos são exigidas para recriar e refundar nossa missão evangelizadora.
1. Memória histórica
Protagonistas da evangelização da América Latina, os Frades Menores esmeraram-se, desde o início, para que viessem missionários bem preparados e como verdadeiros “apóstolos”, numa presença pacífica, o que contrastava com o projeto dos conquistadores. Os primeiros missionários dedicaram-se a uma evangelização integral: o anúncio, a catequese e o cuidado social. Salvar a alma e cuidar do espírito era acompanhado pelo cuidado do corpo e da vida. Porém, isso aconteceu entre luzes e sombras. Sempre que o anúncio do Evangelho chegou unido à espada, com a sede pelo ouro e a ambição pelo lucro, a presença franciscana tornou-se ambígua e contraditória. Sempre que os Frades se destacaram pela força profética, foram capazes de denunciar os abusos do sistema colonizador e da conquista pelas armas, fazendo-se próximos aos indígenas, orientando-se pela pedagogia da relação, da convivência e da partilha. Temos belos testemunhos de Frades que viveram a missão com amor e paixão, defendendo a dignidade dos indígenas, respeitando e valorizando a sua cultura. A expansão missionária aconteceu quando os Frades viveram, com radicalidade, o Evangelho, expresso na sua opção pelos povos indígenas. A perda da utopia franciscana, o fechamento ou instalação dos Frades, a institucionalização da evangelização, o abandono da radicalidade evangélica trouxeram como conseqüência, a crise e a perda de vocações, como se pode constatar em várias áreas da América Latina, no século XVIII e XIX. E, hoje, onde estamos?
2. Nossas presenças hoje
a) Presenças tradicionais
Hoje, a nossa evangelização realiza-se em âmbitos que já, tradicionalmente, fazem parte de nossa missão. Entre eles, podemos enumerar as paróquias urbanas e rurais, os santuários, a educação e a pastoral educativa em todos os níveis, os meios de comunicação social, as missões populares, as obras sociais assistenciais, a pastoral juvenil e vocacional, a assistência à OFS, à JUFRA e aos movimentos leigos. Estas presenças podem ser assumidas como forma de conservação ou como caminho aberto e participativo. As mesmas continuam a nos desafiar para aí re-situar a nossa missão evangelizadora.
b) Novas formas de presença franciscana
Há mais ou menos tempo foram assumidas novas formas e novos espaços de evangelização, tais como o envolvimento com as Comunidades Eclesiais de Base, a inserção nas periferias de nossas cidades e nas situações de fratura social, com serviços diversos de pastoral e de solidariedade, com centros de formação, com a presença junto aos migrantes, junto aos “sem terra” em seus assentamentos ou lutas pela terra, junto aos indígenas, ribeirinhos, famílias carentes, pequenos proprietários, quilombolas, encarcerados, deficientes físicos, drogados, “desplazados”, crianças, adolescentes e jovens, junto às organizações sociais e movimentos populares. Nessas e em outras realidades, a presença franciscana mostra sua vitalidade na busca de novos espaços de evangelização e novas formas de realização da missão que brota do nosso carisma. Assim se busca estar entre os mais pobres, com espírito itinerante, cultivando a vida em sua integralidade.
c) Presenças nas missões “ad gentes”
Na América Latina, há uma expressiva presença dos Frades na missão ad gentes, vivida nos vicariatos apostólicos, nas prelazias, nas prefeituras apostólicas, bem como em meio às populações indígenas e afro-descendentes. Há, também, presença, embora modesta, nas missões ad gentes de nossa Ordem, ainda que esta possa crescer mais.
3. Desafios que persistem
Experimentam-se muitos desafios vividos por nossos Frades e Fraternidades. Entre as presenças tradicionalmente assumidas, apresentam-se, como desafios, o persistente continuísmo do modelo tradicional e a escassa criatividade, a falta de Frades nas Casas, a idade avançada nas Fraternidades, a concentração das atividades nos frades, sem a devida abertura aos leigos. Nessas e noutras formas de presença franciscana, identificam-se, igualmente, problemas como o descompasso entre a formação inicial e a vida posterior, real, dos Frades e sua desistência nas etapas iniciais. A falta de projeto de evangelização dificulta, em algumas Províncias, a integração da presença e das atividades dos frades, a alocação de recursos e o interesse em torno de um projeto comum. Sentimo-nos, igualmente, desafiados a uma profunda revisão de nossas obras, com suas estruturas pesadas e difíceis de sustentar, consumindo vidas e esforços na sua manutenção e perpetuação.
No contexto religioso-eclesial, o desafio é comprometer-nos com uma Igreja de comunhão e sacramento do Reino que, no seu interior, constrói relações de igualdade e respeito entre pastores, leigos/as e religiosos/as, promovendo o laicato para que tenha lugar reconhecido na vida e na missão eclesial e social, e exerça papel de protagonismo. Além do horizonte social, é preciso valorizar as riquezas culturais e espirituais de nossos povos. À medida que somos sensíveis em assumir, como Fraternidades provinciais, projetos sociais de envergadura, sejamos, igualmente, generosos em cultivar formas diversas de viver a riqueza de nosso carisma.
Sentimo-nos urgidos a um constante diálogo intercultural, inter-religioso, ecumênico, no respeito aos outros, na sensibilidade e na escuta de suas experiências e valores humanos, sócio-culturais e religiosos. Fazem-se necessários a escuta e o diálogo com as subculturas, com os grupos minoritários, com a juventude, a fim de conhecer sua vivência, sua linguagem, sua maneira de ver e de viver a realidade.
Persistem os desafios que nos vêm diretamente do mundo social, político e econômico. Identificamos estruturas de empobrecimento, estruturas que mantêm e reproduzem muitas situações de fratura social, de condições subumanas de vida, causando exclusão. Impera a lógica da voracidade do ter, numa capitalização sem limites, que exclui e destrói vidas humanas e depreda a natureza. A mercantilização da vida humana e da natureza revela sua “lógica” desrespeitadora e devastadora, priorizando o avanço de biotecnologias que atentam contra a vida humana, do agronegócio, das mineradoras, das madeireiras e de outros projetos de exploração que agridem a natureza.
São, igualmente, muitos os desafios culturais e religiosos. A penetração dos meios de comunicação, a urbanização crescente, as novas tecnologias e o predomínio do econômico têm influído fortemente sobre nossas famílias e povos. Cria-se um contexto de relativização dos valores das culturas locais, introduzindo novos padrões de comportamento e vícios, como o álcool, a droga e a sexualidade desregrada, entre outros. A presença das igrejas pentecostais, dos novos grupos religiosos, inclusive do islamismo, é outro fenômeno que interpela a nossa evangelização. Preocupam-nos o fundamentalismo, a instrumentalização e as promessas ilusórias alardeados por diferentes grupos religiosos.
4. Provocações e estímulos a partir de nosso carisma
Nós nos compreendemos como Fraternidade contemplativa de menores em missão. Sentimo-nos, hoje, chamados a partir da missão que está no coração da vocação franciscana. Como Frades Menores, somos todos missionários; a missão é a expressão máxima da restituição a Deus do que dele temos recebido. Somos missionários no sentido fundamental de “partir, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso eu. É parar de dar voltas ao redor de nós mesmos, como se fôssemos o centro do mundo e da vida...” (D. Hélder Câmara).
A missão ad gentes é o lugar privilegiado da evangelização; exprime a vitalidade das nossas Fraternidades provinciais. Animados por esta consciência missionária, somos interpelados a abrir-nos à Fraternidade universal, aos apelos da Amazônia, dos povos indígenas e afro-descendentes. A missão ad gentes torna-se, assim, a chave de leitura de todos os aspectos de nossa vida; leva-nos a renovar as motivações profundas de nossa vocação, redescobrindo o nosso ser “discípulos e missionários” de Jesus Cristo, o enviado do Pai, com a força do Espírito.
Impulsionados pelo Evangelho e desafiados pelo novo contexto histórico, sentimo-nos convocados a rever as nossas formas de presença e a nos colocar em atitude de escuta e conversão na busca de novas formas evangelizadoras, mais itinerantes, em missão partilhada com os leigos e leigas. Urge, igualmente, ir ao encontro dos jovens, superando preconceitos, em atitude de acolhida e de escuta de suas diferentes realidades, assumindo clara opção por sua causa.
Sentimo-nos interpelados a compartilhar nossa missão com os leigos e as leigas, com a OFS, JUFRA e toda a Família franciscana, numa atitude de diálogo, como deve acontecer entre iguais, com diferentes formas de colaboração e aliança, não em função de necessidades e carências, mas como valorização das diferentes vocações na mesma Família carismática e no mesmo Povo de Deus. Isso vale também em relação a outros consagrados e consagradas, a organizações sociais, a movimentos populares e pessoas de boa vontade.
“Nosso claustro é o mundo”! Nosso lugar é estar entre o povo, como “Frades do povo”! Somos convocados a inspirar-nos novamente na mensagem “O Evangelho nos desafia”, do CPO da Bahia, 1983. Este nos interpela a “ver e ouvir” o nosso povo, a deixar-nos evangelizar pelos pobres e excluídos, com os olhos e o espírito de Jesus e de Francisco. Convida-nos a sermos “irmãos menores” entre os pobres e instrumentos de justiça e paz, numa clara “opção preferencial pelos pobres”. Isso força nossas Fraternidades a serem mais missionárias e mais consagradas à vivência e proclamação do Evangelho, a partir dos pobres, sem deixar-se amarrar a estruturas anacrônicas, para poder marcar presença na vanguarda da evangelização (cf. n. 17; 29; 39).
5. Linhas de ação: orientações e compromissos
Olhando para o presente e o futuro de nossa missão e evangelização na América Latina e Caribe e em abertura à Fraternidade universal, aprofundamos algumas de nossas presenças, através de oficinas, tendo consciência da riqueza de tantas outras existentes em nosso continente e em nossas Fraternidades. A partir do trabalho dessas oficinas, durante o Congresso, cheios de esperança e confiança na ação do Espírito, assumimos as seguintes orientações e propostas:
5.1. Orientações:
a) Missão ad gentes:
· Iniciar sério processo de reflexão para aprofundar o serviço missionário na América Latina e na Ordem, em aliança e colaboração com os leigos e leigas (OFS, JUFRA, etc).
b) Nossa opção pelos povos indígenas e pelos afro-descendentes:
· Fazer opção pelos povos indígenas, a partir da perspectiva dos documentos eclesiais latino-americanos, com projetos concretos, em diálogo com eles, levando em conta a defesa do seu ser como pessoa, sua história, sua cosmovisão, seus territórios sagrados, sua língua e suas tradições.
· Levar a Fraternidade Provincial a fazer opção pelos povos afro-descendentes, em particular, pelos mais pobres, numa atitude aberta, clara, em consciência e atuação, sempre em diálogo, sem desconhecer e desvalorizar a sua cultura, defendendo e denunciando os atropelos de que são vítimas, permitindo-lhes ser sujeitos do seu próprio desenvolvimento e autodeterminação.
· Cultivar, na formação franciscana, atitudes de fidelidade, diálogo e respeito para com as vocações afro-descendentes, superando os preconceitos em relação à sua cultura e ao seu modo de ser.
c) Nossa presença junto aos jovens:
· Dar testemunho coerente que expresse, em gestos e palavras, a escuta, a paciência e a proximidade desde a Fraternidade.
· Formar uma equipe de Frades e leigos para o trabalho da pastoral juvenil; nomear um Irmão encarregado da pastoral de jovens. Que este faça parte do Secretariado para a Evangelização e Missões.
· Oferecer aos Irmãos, Frades e leigos, solicitados para este serviço, uma formação integral, se possível, através das Conferências.
· Pensar o projeto de Pastoral da Juventude como itinerário que integre todas as dimensões da pessoa humana, os modos concretos da experiência cristã, como a oração pessoal e a celebração comunitária, a vivência fraterna, a missão e o serviço aos mais pobres, assumindo o acompanhamento pessoal como meio privilegiado de ajuda ao jovem no seguimento de Jesus.
· Apoiar os jovens mais pobres na sua busca por inclusão social através do esporte, estudo, trabalho, etc.
d) Nosso compromisso com JPIC:
· Respaldar, nas Províncias, o serviço da JPIC e a comunicação efetiva com o seu animador, promovendo a participação de todos os Irmãos, bem como estabelecer um trabalho de colaboração entre as Secretarias de Formação, Evangelização e JPIC.
· Articular, em redes, a comunicação e o trabalho específico com a OFS-JUFRA, a Família Franciscana e outras áreas similares das Conferências de Religiosos/as, da Igreja e da sociedade, particularmente nas temáticas da justiça ambiental e da não-violência ativa.
e) Nossa presença no mundo da cidade:
· Buscar formas de atendimento personalizado.
· Fortalecer o protagonismo dos leigos/as.
· Converter as estruturas a serviço da missão.
· Dialogar e buscar formas de colaboração e alianças com os leigos/as preparados/as, com as forças vivas da cidade, em favor da vida e do Reino.
· Optar por morar nas periferias das cidades.
· Capacitar os Frades para acompanhar os trabalhos específicos da cidade, com a metodologia de visitar, escutar, começar, atender, organizar e celebrar.
· Buscar presenças novas: prisões, moradores de rua, marginalizados de todas as espécies.
· Descobrir e criar um jeito sempre novo naquilo que fazemos nas velhas estruturas e nas novas.
f) Nossa presença na educação
· Elaborar nova proposta evangelizadora que ajude a pensar e a elaborar um plano de evangelização provincial para os centros educativos, com acentos próprios aos novos contextos.
· Traduzir os elementos de JPIC para o âmbito educativo, acentuando a justiça como restituição e forma de estabelecer as nossas relações com o corpo docente e como modelo ético que integre o econômico, o ecológico e a visão das relações sociais.
· Promover o diálogo em suas distintas propostas interculturais, inter-religiosas e ecumênicas, ajudando na aproximação com os diferentes atores institucionais e gerando uma cultura profética, por ser acolhedora, de escuta e de integração.
· Aproveitar elementos do cuidado pastoral das vocações para elaborar planos de acompanhamento e de formação dos agentes de pastoral.
· Fortalecer a missão compartilhada com a comunidade educativa, incentivando o modelo de gestão franciscana e o modelo eclesial de comunhão com dimensão profética e de anúncio do Reino.
· Investir, prioritariamente, na dimensão evangelizadora da educação, oferecendo formação aos agentes da educação, material apropriado, vivência religiosa criativa, a partir da espiritualidade franciscana que crie sensibilidade pelos excluídos, pela missão e pela vida de oração.
· Ter os seguintes acentos na pastoral educativa:
- uma pastoral personalizada que oriente a um projeto de vida;
- vivência religiosa criativa, a partir da busca e interesse dos alunos;
- formação de catequistas, educadores e diretores na Espiritualidade franciscana;
- atividades que facilitem vida contemplativa e nova sensibilidade social junto aos excluídos;
- recursos econômicos para as atividades.
g) Pastoral Paroquial:
· Renovar nossa presença evangelizadora e missionária nas paróquias:
- com relação à dimensão fraterna, acentuar que a pastoral paroquial seja assumida pela Fraternidade, com, ao menos, três Frades, com projeto de vida fraterna e de evangelização, promovendo uma Eclesiologia de comunhão fraterna, em sintonia com a Igreja local;
- com relação aos leigos e leigas: acentuar a formação integral como discípulos/as e missionários/as, também nos valores franciscanos, outorgando-lhes espaço e protagonismo em tudo o que lhes compete, apoiando a OFS e criando grupos missionários franciscanos;
- com relação à missão: assegurar uma presença real entre os afastados; promover o diálogo ecumênico e intercultural; inserir-se no mundo da cultura e da política e promover o primeiro anúncio aos batizados não evangelizados;
- com relação à pastoral social: acentuar a promoção e defesa da dignidade humana, a solidariedade entre as paróquias e a Província;
- com relação à minoridade: acentuar que somos servidores e não donos das paróquias, que nos cabe ir e estar entre os seus mais marginalizados;
- com relação à conversão: acentuar a necessidade de uma conversão pastoral dos Irmãos de Formação permanente e inicial no que se refere ao conceito e à gestão da paróquia: de fato, devemos ser evangelizadores e não burocratas ou funcionários;
- com relação à Fraternidade provincial: acentuar a necessidade de um trabalho orgânico que garanta a continuidade de processos através de um animador das paróquias, membro da Secretaria da Evangelização provincial.
h) Nossa atuação nos meios de comunicação social:
· Capacitar Frades para atuar nos meios de comunicação social. Abrir centros de apoio para o uso positivo da internet, rádio e televisão. Incentivar cada Entidade para que tenha a sua página na Internet, a fim de facilitar as comunicações e veicular matérias na área de evangelização.
i) Diálogo ecumênico e inter-religioso:
· Desenvolver a sensibilidade ao Diálogo em nossas Entidades, tornando-o presente, na Formação inicial e permanente, em termos práticos e teóricos, acolhendo os subsídios do Serviço do Diálogo da Ordem, participando das instâncias ecumênicas e inter-religiosas das regiões, de celebrações e encontros diversos, bem como em ações de colaboração a favor da vida, da promoção humana, da justiça, da paz e integridade da criação.
j) Nossa presença no mundo rural:
· Estabelecer e sustentar Fraternidades inseridas no meio rural, para que promovam projetos solidários a serviço do desenvolvimento integral dos camponeses empobrecidos.
· Criar, em cada Província, a equipe de Pastoral da terra, que acompanhe os camponeses na inculturação da liturgia e da catequese.
· Criar no mundo urbano a consciência social da contribuição alimentar e ambiental dos camponeses em relação à cidade e do apoio técnico que esta pode dar ao campo.
5.2. Propostas concretas:
Estas propostas serão levadas à próxima Assembléia da UCLAF para estudo, apreciação e encaminhamentos. Algumas das propostas, independente da aprovação ou não, pela UCLAF, poderão ser assumidas por uma ou mais Províncias ou Conferências.
a) Missão ad gentes:
· Abrir uma Fraternidade interprovincial na América Latina, à semelhança da Fraternidade internacional de Bruxelas e em colaboração com o Curso de Evangelização, de Petrópolis, a fim de preparar os missionários latino-americanos para as missões ad gentes, seja para a própria América Latina (vicariatos apostólicos, povos indígenas e povos afro-descendentes), seja para as missões da Ordem.
· Fazer desencadear mecanismos já existentes na Ordem e previstos nos Estatutos Gerais para a animação missionária nas Províncias, nomeando o Moderador das missões, distinto do Secretário para a evangelização; constituir o conselho interprovincial para a evangelização missionária na Conferência; organizar a união missionária franciscana; inserir a evangelização na ratio formationis provinciae; animando os missionários leigos franciscanos, a JUFRA e a OFS.
b) Nossa missão e nosso compromisso na Amazônia:
· Assumir as orientações e as propostas do Seminário de Manaus, realizado em fevereiro de 2008, e expressas no seu documento final, estando conscientes da importância da Amazônia para a Humanidade, para o planeta e, portanto, também para a Ordem e para toda a Família Franciscana.
· Assumir, por parte das Conferências latino-americanas, a Amazônia como prioridade, envolvendo a Ordem toda, prevendo trabalho de sensibilização entre os Frades.
· Buscar alianças mais efetivas, em conjunto com Congregações religiosas, organizações locais e internacionais, como Franciscans International, GreenPeace e outros.
c) Master em Evangelização:
· Aderir ao projeto de uma formação qualificada em nossas práticas evangelizadoras e missionárias, através do curso Master em Evangelização, no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis, Brasil.
d) Participação dos leigos e das leigas:
· Oportunizar aos leigos e leigas maiores responsabilidades junto aos nossos trabalhos.
· Acolher as capacidades profissionais dos leigos/as para enriquecer o trabalho pastoral.
· Valorizar o olhar e a reflexão dos leigos/as sobre a realidade e as pessoas.
· Dar espaço aos leigos/as na elaboração dos projetos e na sua execução.
e) Nossa presença junto aos jovens:
· Realizar dois encontros de jovens missionários franciscanos: em nível de Província, no ano de 2009, e em nível latino-americano, no ano de 2010.
f) Nossa presença na Educação:
· Elaborar um plano de evangelização para os nossos centros educativos, destacando uma política clara para a nossa presença educativa, formação dos Frades, dos agentes educativos, docentes, famílias e testemunho dos que aí trabalham.
g) Nosso compromisso com JPIC:
· Revisar e avaliar as cinco decisões de JPIC do Capítulo Geral de 2003, tendo em vista a sua execução e seu aprofundamento nas quatro Conferências da América Latina e do Caribe.
h) Diálogo ecumênico e inter-religioso:
· Interessar-se pelo II Seminário sobre o diálogo ecumênico e inter-religioso no contexto latino-americano, a realizar-se em 2009, na Colômbia.
· Indicar um frade para o serviço do Diálogo no Secretariado provincial da Evangelização e Missões.
· Participar de Cursos que a Fraternidade de Istambul oferece, a cada ano, sobre o Diálogo Inter-religioso e Ecumênico.
Conclusão
Como Fraternidade contemplativa de menores em missão, fomos convocados e acompanhados pelo Espírito do Senhor neste Congresso Missionário Latino-americano. Tomamos consciência da urgência de recriar, com audácia e lucidez, nossa presença evangelizadora e missionária. Fomos sensibilizados a abrir-nos a novas formas de encarnação da utopia franciscana, em atitude de discípulos e missionários frente aos desafios atuais da América Latina e do Caribe e da nossa Fraternidade universal.
Invocamos a presença de Nossa Senhora, nos seus diferentes nomes entre os povos de nosso continente, de nosso Pai São Francisco, de Santa Clara e dos nossos Santos e Santas missionários para que nos acompanhem na celebração e renovação do nosso ardor missionário.
lunes, 5 de mayo de 2008
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